Dos Fonsecas e Ulhôas

É impossível não falar da minha querida vó Edith, responsável por pratos inesquecíveis como o pastel de forno ou a mouse de chocolate, o quibe cru ou frito com chancliche, também o inesquecível bolinho de cará frito com melado e tantos outros compartilhados entre as famílias Fonseca e Ulhôa. Como herança do seu marido, o querido e careca vô Genervino (na memória dos nossos corações), vieram o gosto e dedicação pela administração de empresas, a contabilidade e a séria visão dos negócios.

Deste casal eu ganhei minha mãe Eloisa, mulher meticulosa e grande guerreira, osso duro de roer. Seu gosto pela limpeza e arrumação daria inveja no Sr. Taiichi Ohono com seu modelo de 5S componente do Sistema de Produção da Toyota. Fato este consagrado que eu já usei uma foto interna do armário do meu irmão (arrumado pela minha mãe) como exemplo de organização de ambientes em uma apresentação para empresas sobre o modelo 5S.

Uma lembrança fantástica da minha infância era estar na presença dos primos na chácara do vovô Genervino. Eram muitas aventuras imaginárias e reais que abriam o apetite voraz dos irmãos e primos sempre sobre a supervisão dos olhares dos tios e tias. Como éramos muitas crianças brincando em uma piscina gelada, nem sempre o milho fresco e assado na fogueira ou as frutas colhidas diretamente nos pé de manga, pitanga, mamão e ameixa ou mesmo as verduras da horta saciavam nossa fome. Fico imaginando o trabalho que deveria ser para a vovó Edith e suas companhias de cozinha fazerem o pastel assado no forno e os maravilhosos bolinhos de cará com melado derretido para alimentar tantas bocas de crianças e suas lombrigas.

A verdade é que a chácara era muito acolhedora; sempre que podia a família se reunia. Nestes encontros, claro que sempre tinha mais gente, pequena ou grande, para brincar conosco; e eu adorava brincar. Intrigante hoje é que eu não sei como a matemática fazia caber tanta gente em uma casa com tão poucas camas.

Dos pratos da vovó Edith apenas o pastel assado consegui reproduzir com uma versão de massa mais fina. A receita vou publicar em outro artigo para ser apreciada com carinho. Triste é que depois de uma tentativa, nunca mais me dediquei aos maravilhosos e inesquecíveis bolinhos de cará com melado derretido. Mas um dia ainda acerto eles, uma receita que jamais poderá ser alterada e que jamais vi em outro lugar.

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